O Futsal veio dar a liberdade que no futebol de salão não tínhamos
Fernando Parente entrevista Raúl Castro, foi um grande jogador que viveu a metamorfose da modalidade nos anos 90, como jogador e treinador somou sucessos, sendo o treinador que levou duas equipas à principal divisão nacional, mas que em comum nenhuma das duas chegou a participar, Raul Castro passa em revista a sua carreira como futsalista e como treinador e nesta altura devido a compromissos profissionais optou por fazer uma pausa como treinador, saiba isto e muito mais numa entrevista conduzida por Fernando Parente.

Fernando Parente [FP]: Raúl Castro, um nome incontornável do Futsal Nacional, ex-jogador, Treinador, mas que devido a motivos profissionais tiveste de deixar de lado por algum tempo a modalidade que gostas. Foi fácil a decisão de teres de abdicar de algo que está ligado à tua vida?
Raúl Castro [RC]: Fácil não foi, mas ao longo destes “30 anos” a minha prioridade foi a vertente profissional, depois a académica e se possível conseguir praticar / treinar FUTSAL onde procurei estar a 200%, agora nem a 100% iria conseguir estar, pelo que à que tomar decisões e ser “honesto” comigo próprio e com as outras pessoas que confiam em mim. 
[FP]: Mas, comecemos pelo teu início, finais dos anos 80. Jogavas Futebol de Salão na equipa “Bad Boys” e dois anos depois dás o salto para o Santa Cruz, já denominado como Futsal. A tua adaptação a duas modalidades de pavilhão, mas com regras diferentes, como se processou?
[RC]: Já vai bastante tempo, quase trinta anos, mas foi fácil pois o Futsal veio dar a liberdade que no futebol de salão não tínhamos ( Ex: bola acima do joelho, golos apenas fora de área, jogar com as tabelas … ) , além da bola que era mais pequena, quase não saltava, em resumo a adaptação ao Futsal foi fácil ainda mais com uma excelente equipa que o St.ª Cruz tinha à data.
[FP]: Esses dois clubes, Bad Boys e Santa Cruz foram determinantes na tua formação como jogador para depois ingressares no mítico Miramar?

[RC]:No Bad-Boys éramos um grupo de amigos (bons amigos), no Santa Cruz a exigência já foi outra e sim, ajudou e foi a montra para na altura o José Manuel Leite ter feito o convite para ir para o Miramar com mais 4 colegas. Tínhamos sido os campeões do 1º Open Futsal.
Miramar…Fizemos evoluir o futsal
[FP]: O que te apraz dizer sobre esse grande clube, tendo o mesmo ficado conhecido na altura como o “eterno” campeão nacional?

[RC]:Por muitas palavras que se escreva sobre o MIRAMAR, faltará sempre algo ainda para dizer. Sem qualquer tipo de arrogância ou presunção nós marcámos uma era e fizemos evoluir o FUTSAL em Portugal. Levantámos muito a fasquia e obrigámos os outros clubes a terem necessidade de evoluir em todos os aspectos. Nós éramos a referência do FUTSAL em Portugal e ainda hoje quando se fala sobre FUTSAL e sobre a história do FUTSAL em Portugal é obrigatório incluir o nome do MIRAMAR e de JOSÉ MANUEL LEITE.
[FP]: Estar ligado ao Miramar durante tantos anos como jogador, integrando fabulosas equipas, deixou marcas?

[RC]:Deixou muitas e boas marcas, mas duas são indiscutíveis e falo de certeza absoluta por todos os que vivemos em conjunto aqueles anos, falo de: ENORME VONTADE DE VENCER, ser o MELHOR no que fazemos e o valor da AMIZADE SINCERA e HONESTA que permitiu construir uma verdadeira EQUIPA com todos os valores obrigatórios e exclusivos do que é ser uma EQUIPA.
[FP]: Sentes que uma equipa com jogadores como: Carlos França, Márcio, Miguel Oliveira, Raúl Castro, Paulo Tavares, Toti, Gil, João Leite, por exemplo, faziam frente, neste momento, às duas equipas profissionais em Portugal?

[RC]:Não tenho qualquer dúvida que as duas atuais equipas profissionais em Portugal corriam o risco de não serem campeões.
A fusão para ficar apenas o FUTSAL foi uma boa decisão para a evolução da modalidade em Portugal
[FP]: Foste um dos jogadores mais consagrados a nível nacional por todas as conquistas que conseguiste, principalmente no Miramar. Nas competições internacionais da altura, foste duas vezes vice-campeão ibérico. Já nessa altura era complicado derrotar equipas espanholas?

[RC]:Era muito complicado, apesar de sermos muito fortes em Portugal ainda existia uma grande diferença para Espanha ao nível competitivo e intensidade de jogo, para não falar na excelente qualidade técnico táctica dos jogadores a atuar em espanha. É preciso recordar que nós íamos jogar sempre com o campeão espanhol em título que além de ter os melhores espanhóis, tinha os melhores jogadores brasileiros.
[FP]: Foste um dos jogadores que viveu a fusão, na época 1996-97, a transformação do Futebol de Cinco/Futsal para apenas Futsal. Foi a transformação esperada para a evolução da modalidade em Portugal?

[RC]:Acho que sim, aliás, tenho a certeza. Nós no MIRAMAR estávamos inscritos nos dois campeonatos e houve uma época onde cheguei a jogar nos dois em simultâneo e o futebol de cinco estava muito, mas mesmo muito aquém do FUTSAL e tinha muito pouco a acrescentar em todos os aspectos. A fusão para ficar apenas o FUTSAL foi uma boa decisão para a evolução da modalidade em Portugal.
Estamos num campeonato onde sabemos que o campeão vai ser um de dois clubes
[FP]: E comparando essa altura para este momento atual, que comentário podes fazer ao campeonato da Liga Sportzone?

[RC]:A minha opinião é de que está a perder qualidade senão veja-se o “fosso” que existe cada vez mais pronunciado entre as duas equipas profissionais e as restantes. Estamos num campeonato onde sabemos que o campeão vai ser um de dois clubes e depois temos os outros. Como é que vamos evoluir? Já muito fazem Benfica e Sporting e a Selecção (aqui conta com duas mais valias que são: Ricardinho e Cardinal ) quando têm de jogar as provas internacionais, pois o défice competitivo é um handicap perante os outros clubes que atuam em Espanha, Itália, Argentina, etc..
Grande trabalho do Nuno e do Joel para conseguirem ser competitivos fora de Portugal.
[FP]: Miramar, mais do que uma família de vencedores, mais do que uma equipa de futsal, foi um clube formador de muitos talentos e um clube formador de excelentes treinadores. Concordas comigo?

[RC]:Absolutamente. A realidade demonstra e demonstrou que no pós- MIRAMAR os clubes que receberam quer na vertente de treinador quer na vertente de jogador ficaram mais ricos e com outros e melhores recursos que permitiu que fossem evoluindo, pela adoção de outros métodos, outras formas de estar, outro rigor, outra disciplina e repito o que já disse anteriormente, não é não saber perder mas sim o querer e ter uma vontade enorme de VENCER e incutir esta mesma vontade e forma de estar nos que nos rodeiam.
[FP]: E agora mais coisas sobre ti. Deixas de jogar no Miramar Futsal Clube na época 1999-2000 e assumes o mesmo passado um ano, mas como Treinador. Sentiste alguma vez, nessa altura, que o grande Miramar era após a fusão e, com a entrada do SL Benfica, com a supremacia do Sporting, e com uma Fundação Jorge Antunes a tirar protagonismo no norte à tua equipa, era um “navio” prestes afundar-se?

[RC]:Não tanto pelos outros mas antes por NÒS. Foi difícil viver desportivamente naquela altura e como dizes começámos a tomar consciência que o nosso barco já não estava com os recursos que eram os necessários e os exigidos para navegar naquelas águas. Já não estava a ser o MIRAMAR com os comportamentos, atitudes e valores que eram o ADN do MIRAMAR além de outros aspectos também importantes. Como em tudo na vida, os momentos bons e menos bons dão-nos muita aprendizagem, saibamos nós interpretar e absorver com inteligência o que a realidade que estamos viver nos está a dar.
Foi difícil, mas positivo.
José Manuel Leite.... Como dizem e concordo ele era o SR FUTSAL o Pai e Mãe do FUTSAL em Portugal
[FP]: José Manuel Leite, um nome ligado a ti e à tua história no futsal. Que te apraz dizer sobre ele?

[RC]:Já tive a oportunidade de numa gala de Futsal falar publicamente sobre o José Manuel Leite.
Além de ter sido seu jogador e seu treinador posso dizer que éramos AMIGOS. Vivi com o ZÉ muitos momentos dentro e fora do FUTSAL. Tinha a sua total confiança e ele a minha.
Como dizem e concordo ele era o SR FUTSAL o Pai e Mãe do FUTSAL em Portugal, com todo o respeito por todos, mas se não fosse ele, tenho sérias dúvidas que o FUTSAL em Portugal tivesse evoluído como evoluiu. Ele provocou o crescimento desta modalidade em Portugal. Podia escrever muitas linhas sem dúvida, mas todos os que tiveram a oportunidade de privar comigo mais de perto ao longo destes anos e em conjunto com o ZÈ sabem da relação que tínhamos e do meu RESPEITO por ele. Deveria estar entre NÓS.
OBRIGADO ZÉ pelo que foste, pelo que fizeste e pelo legado que deixaste.
[FP]: Como jogador, ganhaste tudo o que havia a ganhar em Portugal. Como Treinador tiveste na maior parte das equipas que representaste, sempre boas classificações, mas ficas penso eu, marcado pelas duas situações quando treinas o FC Foz em 2010-11e depois a Farlab, 2011-12, em que consegues subir as duas equipas à 1ª Liga nesses dois anos consecutivos e as mesmas terminam? Foi duro ultrapassar essa etapa?

[RC]:Misto de sentimento, vamos lá ver se consigo explicar.
Apesar de realidades bem diferentes em ambos os casos existiu a “inteligência” e “racionalidade” para perceber que as condições necessárias e suficientes para abraçar um projecto com outras realidades e exigências financeiras não estavam minimamente garantidas, logo como se diz na gíria, “ o projeto não tinha pernas para andar”.
Quando assim é, o melhor é parar.
Ao dizer que não foi duro é porque para mim é muito importante, saber estar e sempre de cara levantada em qualquer lugar.
Os valores como: a verdade, a integridade, a seriedade e a honestidade têm de estar sempre presentes pois só sei estar dessa forma. 
Sr. Eduardo Pinto é outro dos grandes responsáveis do desenvolvimento do FUTSAL em Portugal
[FP]: Miramar, Atlético Carvalhido, Coimbrões, Módicus, FC Foz, Farlab e Paraíso da Foz foram os clubes que representaste e que te formaram como Treinador. O que tens a dizer sobre cada um deles?

[RC]:Primeiro MUITO OBRIGADO pela oportunidade e confiança que em mim depositaram.
O MIRAMAR deu-me muito, muito mesmo a todos os níveis, cresci como jogador e depois como treinador, foi no MIRAMAR  que construí as bases/alicerces da minha carreira, é uma divida eterna.
ATLÉTICO  CARVALHIDO, que bem me fez trabalhar neste nível e lidar com tão boas pessoas e de carácter, trabalhando com sacrifício e vivendo intensamente a modalidade com prejuízos pessoais. (Obrigado Joaquim Almeida “ Quitó” ).
COIMBRÔES, como o mundo nos surpreende. O Coimbrões era o eterno rival do MIRAMAR, jogos complicadíssimos e relações quase inexistentes ou tensas entre as pessoas de ambos os clubes, Eu podia prever tudo, menos que o telefone quando tocasse, no outro lado da linha tinha o Sr. Eduardo Pinto a querer falar comigo e depois a dizer-me que eu era a pessoa que ele queria para treinar o SC Coimbrões. Tivemos uma época muito boa e com um relacionamento fantástico, conhecemo-nos muito melhor e defendemos os mesmos valores. Dizer que o Sr. Eduardo Pinto é outro dos grandes responsáveis do desenvolvimento do FUTSAL em Portugal.
MODICUS, mais uma surpresa ao receber o telefonema do Presidente Quelhas a convidar-me para ir para o Modicus. Excelente clube, ainda hoje uma referência na modalidade e foi com muita pena que tive de sair pois já não tinha condições para retribuir ao nível e com a exigência que o clube merecia ter da minha parte.
FC FOZ, sou um privilegiado, que lufada de ar fresco, consegui viver momentos “irrepetíveis/únicos” “puxaram” por mim até limites que eu desconhecia (só eles sabem o que quero dizer (risos). OBRIGADO, Dr. Luís Figueiredo e Francisco Figueiredo, que amizade!!
FARLAB, outra situação que seria impensável pela grande rivalidade entre o FC FOZ e a FARLAB. Que grande desafio construir uma equipa com dois blocos anteriormente rivais e depois fazer a excelente época que fizemos onde ninguém acreditava ser possível realizar. Fomos muito competentes e comprometidos, merecemos o resultado final.
PARAISO SC FOZ: já tenho saudades das pessoas, que gente boa, com valores, dedicada e sempre a procurar dar o melhor que têm, com muito sacrifício que é a realidade das colectividades sem qualquer apoio. OBRIGADO PAULA NOVERÇA, toda a direção e um abraço muito forte ao Presidente.
[FP]: Raúl, como Treinador tens um pouco de todos os que te treinaram, ou sentes que toda a tua experiência adquirida como jogador te levou a seguir o caminho de não imitares ninguém e seres tu próprio?

[RC]:Eu sou carneiro de signo pelo que a teimosia é um dos traços dos nativos deste signo e eu reconheço (já em casa me dizem), tenho ideias bem claras do que quero, como quero e as pessoas que comigo lidam entendem, verificam e percebem em que “modo” estou. Quero dizer com isto que tenho ideias e formas de estar próprias que são a minha identidade, mas como é lógico, “bebi” enquanto jogador da experiência e de ter lidado com vários e excelentes treinadores que me ensinaram muito, e tenho obrigatoriamente de referir (Evaristo Pinto, Artur Melo, Jorge Ferreira, Beto e Zego), todos tiveram muita importância nas diversas áreas que um treinador tem de dominar.
Resumindo, não procuro imitar ninguém, tenho a minha forma e modo de treinar e de estar.
Luís Almeida……não faz favores nem anda em “esquemas” para ser treinador
[FP]: Vivenciaste experiências diferentes, quer ao lado do Luís Almeida, teu treinador no Miramar e atualmente no futsal feminino do Novasemente e do Arino Santos, no Foz e na Farlab. Sentes que o trabalho exercido pelo Luís Almeida no Miramar, Módicus, CRECOR, na Seleção como adjunto do Orlando Duarte e do Arino quando levou o Nogueirense da AF Viana do Castelo, do Distrital à 1ª divisão, não são, neste momento, reconhecidos pelo que fizeram pela modalidade?

[RC]:Não vejo desse ponto de vista, antes pelo modo de estar no FUTSAL que cada um defende.
Sou suspeito a falar de ambos pois sou amigo dos dois e ainda com uma relação mais estreita com o Luís.
O Luís sabe muito de FUTSAL, conhece esta modalidade como poucos, tem uma forma de estar muito própria. Só chega perto dele quem ele deixa, mas dá tudo o que tem por quem confia e por quem ele respeita, não faz favores nem anda em “esquemas” para ser treinador.
Tem prioridades: é empresário pelo que o FUTSAL não é uma delas, e esta incursão no FUTSAL feminino vai ser de grande ajuda e vai acrescentar muito valor, assim o deixem desenvolver o seu trabalho. Vai elevar a fasquia.
O Arino também conhece e vive esta modalidade a 200%, e como atrás referi, não vai de modas ou esquemas para ser treinador. Defende valores e também tem de confiar com quem trabalha e depois temos uma pessoa generosa, comprometida e competente.
Parece errado ir pela “futebolização” do FUTSAL
[FP]: Será também isso uma consequência a nível das alterações implementadas pela própria FPF, aquando da apresentação do Plano Estratégico para o Futsal em 2012?

[RC]:Pode ser. Aqui tinha muito para dizer, algo por perceção, mas como gosto de estar muito bem por dentro dos dossiers para emitir uma opinião válida e se criticar algo ter a capacidade de dar uma ideia ou sugestão porque senão é o dizer mal por dizer, vou apenas comentar que me parece errado ir pela “futebolização” do FUTSAL, mas vou-me abster de adiantar mais alguma opinião.
[FP]: A época passada privamos, nas três vezes em que nos defrontamos na 2ª Divisão Nacional, que o atual modelo competitivo não é o mais adequado para a maior parte, senão para a totalidade das equipas que compõem as seis séries continentais e mesmo a série Açores. Continuas a ter a mesma opinião?

[RC]:Claro que sim. Aliás continuo a não conseguir encontrar melhorias substanciais e efectivas neste modelo competitivo.
Jorge Braz…. Tem o meu total e incondicional apoio
[FP]: Falando agora da nossa Seleção, tens acompanhado o Mundial. Achas que Portugal pode ser a grande surpresa do mesmo?

[RC]:Sim, tenho acompanhado. Surpresa não direi, pois temos qualidade. Agora que as estrelas estão “aparentemente” a guiar-nos, parece que sim. Pois com Brasil, Itália e Espanha de fora, seriamos na teoria candidatos à final, mas tínhamos de vencer a Argentina e depois na final tudo seria possível. A eliminação do Brasil, da Itália e da Espanha é a prova que os jogos ganham-se na “quadra” e não no papel.
[FP]: Que opinião tens do Selecionador Jorge Braz? Sentes que é a pessoa certa no lugar certo?

[RC]:Já conheço o Braz desde os tempos da UTAD, aliás, como a ti. Tenho acompanhado o trabalho dele e a minha opinião é de que é uma pessoa competente, responsável, comprometida e com todas as capacidades para o cargo que ocupa. Tem o meu total e incondicional apoio.
[FP]: Amigo Raúl, deixaste algo por dizer que não tenha sido referido nas anteriores questões?

[RC]:Olha Fernando, agradecer a oportunidade de te teres lembrado de mim ainda mais quando estou fora do ativo.
Agradecer a esta modalidade pois deu-me a oportunidade de criar e construir uma rede substancial de contactos de Norte a Sul e onde tenho a certeza que existe um respeito e simpatia mútuos com todos os que até hoje tive oportunidade de me relacionar
Agradecer a quem comigo fez equipa técnica e aos jogadores das equipas que treinei pois sem eles os resultados alcançados não eram possíveis.
Agradecer aos Presidentes dos clubes que confiaram em mim para treinar os seus clubes,
Com toda a certeza vou continuar a acompanhar esta modalidade e a aparecer nos pavilhões.
Para terminar, votos para que a nossa selecção consiga o terceiro lugar, já que não conseguiu ir à discussão de CAMPEÃ do MUNDO, pois vai ajudar bastante ao desenvolvimento da modalidade.

 

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