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Artigo de Opinião por Fernando Parente
A nossa “profissão”, embora para muitos seja um hobby, devia ser mais solidária. Neste momento e, após a problemática da renovação das cédulas de treinador, faz-me lembrar a luta dos estivadores de Setúbal, não em comparação com os mesmos, mas da maneira que a mesma é abordada por muitos.

Apraz-me dizer: enquanto houver quem faça o trabalho sujo, a sociedade não evolui. Para nós, passa-se o mesmo: enquanto houver alguém à espreita do nosso lugar, de uma escorregadela, não hesitam em retirar o tapete. E esta situação da renovação das cédulas de treinador, neste caso, na nossa modalidade, veio acicatar muitos que se diziam contra, mas que esperaram até este momento sentados no sofá e aparecem a rejubilar com a boa nova.

Há sensivelmente um ano, prestes a fazer (8 de dezembro), foi realizada uma reunião em Gondomar com o pretexto de criarmos ou revitalizarmos a Associação Nacional de Treinadores de Futsal. Muita coisa se falou nessa reunião, certo também é que mais nada se fez após a mesma (e aqui também me incluo como culpado), embora ainda houvesse algumas tentativas de contacto para realizar as reuniões que ficaram aprazadas na altura mas, ressalvo que dessa reunião pelo menos duas coisas importantes saíram da mesma: a primeira era que não iria ser possível criar a tal associação ou revitaliza-la porque iria existir alguém que não no-lo deixaria fazer; a segunda e, perante a maioria dos agentes de futsal presente na reunião, era olharmos para a nossa profissão, olhar para nós, treinadores, e preocuparmo-nos com o caminho que a nossa modalidade estava e está a levar.

Essa foi sem dúvida a parte mais importante que devia ter ido avante. Devíamos ter lutado para que, aquilo que está acontecer neste momento, tal não fosse possível. Porquê? Porque simplesmente não faz sentido.

Não faz sentido treinadores com I, II, III e até IV grau (para nós na altura era nível), verem as suas cédulas de treinador caducadas porque simplesmente não pagaram para as ter. E eu pergunto: mas porquê pagar uma coisa se a mesma já foi anteriormente paga aquando dos cursos e, muito possível, aos mesmos sujeitos que agora enchem os bolsos à custa das formações?

Para que estar a pagar novamente por algo que é nosso por direito?

Nós tiramos os cursos, nós pagamos os cursos. Nós, gastamos dinheiro com viagens para os cursos. Nós, pagamos portagens para ir tirar os cursos. Nós, despendemos tempo da nossa família para ir tirar os cursos. E para quê? Para agora vir o IPDJ, com a anuência da FPF e retirar aquilo que é nosso por direito? Com que razão? Com que lógica?

Para sermos promovidos e valorizados? Essa é a lógica da ANTF, vulgo Associação Nacional de Treinadores de Futebol.

E como é que uma associação nacional de treinadores de futebol vai promover e valorizar os treinadores de futsal?

Apenas aqueles (poucos) que pagam as cotas e são sócios da mesma, só se for. Porque todos os outros são promovidos e valorizados pelo trabalho que realizam nos seus clubes. Esta é a realidade. A ANTF não faz rigorosamente nada pelos treinadores de futsal, tal como a FPF e o IPDJ.

A FPF apenas valoriza e promove os seus, alguns da Liga Sportzone, porque para o resto está-se completamente a borrifar. Basta olhar para os comunicados do Conselho de Disciplina todas as semanas e temos lá as respostas que queremos: multas, mais multas e mais multas.

O IPDJ a mesma coisa, apenas viu interesse nesta temática e uma maneira diferente de ir buscar algum protagonismo, coisa que até então estava a perder. Por outro lado, promove e valoriza os treinadores licenciados. Nada contra, mas quem garante que um treinador licenciado é melhor que um treinador não licenciado? Ninguém, tal como também ninguém garante o contrário. Agora não podemos é castrar quem muito fez pela modalidade, dando-nos um prazo de validade. Isto é simplesmente ridículo.

5 Anos meus senhores? Andamos a brincar. Dantes privilegiava-se os treinadores com mais anos porque tinham mais experiência, mais maturidade, etc…, agora se os mesmos treinadores não tiverem os créditos necessários à revalidação de uma coisa que pagaram, deixam de prestar. Mas as pessoas, neste caso, os treinadores, deixam de ter valências só porque não realizam os créditos?

Atenção que eu, como muitos, sou a favor da evolução, da troca de conhecimentos, da valorização dos treinadores, neste caso e, de tudo que seja em prol e faça evoluir a modalidade e os seus agentes. Agora, também temos de ter liberdade de escolha sobre todos esses pressupostos.

Sou é contra estas medidas implementadas, em que: pagas, és bom, podes treinar. Não pagas, não recebes créditos, saltas fora, deixas de ser bom naquilo que sempre fizeste porque expirou o teu prazo.

A sério? Mas mesmo a sério senhores do poleiro do Futsal?

Então digam-me porque agora e, após esta problemática vão existir formações de borla para quem quiser tirar os créditos em falta para a renovação da mesma? Se agora são de borla, porque não são sempre?

Porque é que a FPF, com tantos preletores, bem como as Associações Distritais, com os Coordenadores e Selecionadores não fazem esse trabalho de borla ou a baixo custo?

Que futuro para muitos Treinadores de Futsal, que futuro?

Caros amigos Treinadores, caros colegas Treinadores, está na altura de nos unirmos de vez e de lutarmos pela nossa modalidade, antes que seja tarde demais. Deixemos os egos de lado, deixemos o querer ir para o poleiro do vizinho porque é bom, deixemos de retirar tapetes ou fazer camas, porque o que está aqui em causa é o futuro do futsal e o futuro da profissão de Treinador de futsal.

Vamos reivindicar os nossos direitos e não deixar que nos derrubem na primeira tentativa: vamos lutar por aquilo que construímos, por aquilo em que acreditamos e por aquilo que gostamos de fazer.

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